Zelma Bezerra Furtado de Medeiros é pedagoga, poeta e
pesquisadora. Nasceu em Natal/Rn, no dia 30/04/56. Filha de Dr.Lourival
Bezerra da Silva, político de grande valor, farmacêutico bioquímico, cirurgião
dentista, e de Maria Elizabeth Bezerra Furtado.
A estréia de Zelma pela cultura da no
Não era o gosto pelos bordados de renda ou crochê, pela
culinária, por vestidos ou qualquer outra marca do universo juvenil feminino
daquela época. Era a paixão pela literatura, o encantamento das palavras, o
fascínio da curiosidade e da memória. Zelma Bezerra Furtado, aos 16 anos
começou a enveredar pela atividade literária a partir de uma pesquisa sobre as
origens e desmembramentos de sua família. Lourival Bezerra, o pai amigo e
incentivador. Lá estava ela, Zelma, predestinada a ser guardião de memórias.
Filha de Maria Elizabeth Bezerra Furtado e terceira de cinco
irmãs, potiguar, natalense. Zelma Furtado queria saber mais sobre a família
Bezerra. O despertar dessa história genealógica chegou a originar a construção
de um museu da família no município de São Tomé, mas revelou também a mulher
que seria eximia pesquisadora de destaques femininos do Rio Grande do Norte.
A moça, que se alfabetizara na Escola do Movimento de
Educação Popular “De pé no chão também se aprende a ler”, escreveu seu primeiro
livro de poesias “ No Ritmo da Chuva” em 1980. A escritora estava alí, como
marca da personalidade de Zelma, que ainda no ginásio foi premiada no Concurso
Nacional de Literatura Aurélio Buarque.
Em 1989 idealizou e ajudou a implantar a Biblioteca do
Educador da Secretaria Municipal de Educação, que hoje integra o Centro
Municipal de Referencia em Educação Aluízio Alves. Graduada em pedagogia pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN (1980-83), educar sempre foi
também sua vocação, impulsionada pela força e liderança.
Certa do poder, competência e habilidade das mulheres, Zelma
Bezerra Furtado foi seduzida por revelar potências feministas, quando por duas
décadas desenvolveu pesquisas históricas sobre o pioneirismo feminino. “Sempre
tive um pouco de feminista e um pai que não discriminava a mulher por ser
mulher. Recebi dele todo apoio”, disse Zelma. A escritora e pedagoga, que ao
iniciar na Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil começou a expandir
conhecimentos com as potiguares, originando assim esse trabalho.
Estamos falando daquela que fundou a Academia Feminina
Norte-Rio-Grandense de Letras e o Memorial da Mulher no RN. O jurista Jurandir
Navarro em seu livro “Rio Grande do Norte, o Trabalho e sua Grandeza”, diz: A
vontade resoluta, impulsionada pela luz da razão, faz dessa mulher intelectual
uma autentica líder dentre os que mourejam na área cultural no RN [...].
O pioneirismo das mulheres também foi objeto de escrita de
Zelma na coluna “Ellas por Ela”, no Jornal de Natal em 2001. Zelma Furtado
recebeu a Medalha de Mérito Nísia Floresta, do conselho Municipal dos Direitos
da Mulher e das Minorias – CMDMM, da Prefeitura do Natal, o Trofeu Potiguar, do
Governo do Estado, entre outros.
O fruto de décadas de dedicação à literatura, educação e
pesquisa está no acervo presente da biblioteca de sua casa. Cada caixa,
documento, carta, fotografia, livro ou até mesmo dedicatória está lá, guardada
em sua fortaleza literária e cultural, cuidadosamente separadas. “Ser mulher
não é fácil, poético como pode parecer. Sou casada, tenho filhos, uma casa, um
trabalho que exige muito e uma busca constante para fazer o meu melhor”, disse
a escritora, biógrafa, educadora e genealogista.
Zelma é considerada a guardiã de histórias, poesias e literatura,
cada uma do seu jeito e no seu tempo. Reveladora de mulheres que quebraram
tabus, reviraram costumes e abriram caminhos fazendo-as vivas para nosso
convívio neste século, trazendo-as para o nosso tempo.
FONTE – NÓS RN